Corsarius Grati estrada do iluminismo, corsarius grati, corsarius grati, corsarius, grati, blog, rio de janeiro, brasil, brazil, história, idiomas, música alternativa, cultura celta, pensamentos, civilizações, história antiga, história medieval A Estrada do Iluminismo, por Corsarius Grati

sábado, 21 de julho de 2007

Espiritismo não, Espiritologia!

França, Lyon... em 3 de outubro de 1804 nascia Hippolyte Léon Denizard Rivail. Hippolyte era um homem sábio em matemática, física e outras ciências. Ele elaborava artigos fazendo observações sobre estes assuntos.

Naquela mesma época veio o "Bum" do magnetismo, recém descoberto, e deixando vários cientistas em pé de guerra: uns defendendo e outros fervorosamente contra as alegações e aplicações práticas do magnetismo tanto para cura de pessoas como para tecnologia.

Manifestações de espíritos sempre foram muito comuns em todo o mundo, e isso explica todo o círculo de crenças, lendas e mitologias humanas. Na época de Hippolyte, existiam algumas pessoas na França e em outros países que empregavam seu tempo na tentativa de contato com estas pessoas, falecidas ou errantes (que dormem, saem do corpo e ficam vagando por aí).

Ele era estudioso do magnestismo, e como muitos de seus amigos, na posição de cético sobre as questões de existência e possibilidade de comunicação com os mortos, foi convidado a participar de uma destas sessões de comunicação.

A partir dali ele e os amigos se preocuparam em observar, analisar, definir, categorizar, comparar, enfim, aplicar todos os procedimentos científicos para atestar que a existência dos espíritos era real.

Isso é de fato o que há de mais maravilhoso, pois foi um trabalho sério, sistemático, científico em busca de comprovação que a sociedade moderna precisava, tanto para entender que o magnetismo existia bem como espíritos de pessoas em todo o mundo.

Hippolyte decidiu elaborar artigos explicando os procedimentos científicos empregados, e por alguma razão ficou preocupado de ser ridicularizado! Certamente essa preocupação veio pelo fato de existir uma grande corrente de homens importantes e estudiosos que eram contra a idéia da existência e comunicação com espíritos.

Os trabalhos de Hippolyte já escritos sobre temas em outras áreas científicas poderiam não mais ser levado a sério se ele fosse ridicularizado. Por esta razão ele resolveu criar um apelido para si mesmo, de forma que pudesse assinar artigos falando sobre o estudo dos espíritos sem comprometer sua carreira como estudioso de outras ciências.

De um lado você o veria assinando como Hippolyte Léon. De outro você o veria assinar artigos como Allan Kardec. O nome Allan Kardec não é propriamente um nome "inventado". Esse nome foi revelado a ele em uma das sessões em que ele se reunia com pessoas capazes de estabelecer comunicação com espíritos. A pessoa intermediadora (médium) revelou que em outra encarnação Hippolyte era um druida que se chamava Allan Kardec. E esse foi o nome que ele escolheu para assinar seus artigos para a nova ciência que se chamava Espiritismo.

Os vários artigos escritos serviram para compor o "jornal espírita" ou revista espírita. Durante essa mesma época, Hippolyte publicou livros como o famoso Livro dos Espíritos, baseando-se em um estudo sério que levou anos para ser feito.

O espiritismo em si morreu na França. Uma maioria esmagadora não se interessava mais por aquele assunto. Não está muito claro para mim porque os franceses abdicaram desse assunto. Mas o espiritismo só floreceu mesmo quando migrou para o Brasil, um país fervorosamente católico, cristianizado e também superticioso.

A mistura de povos e crenças no Brasil é assombrosa e inventiva. Antigas religiões de natureza africana adotaram em seus cultos diversos santos da igreja católica. Novas seitas foram formadas, a igreja em si se ramificou em diversos segmentos, cada um deles com uma interpretação particular da bíblia e / ou das palavras de Jesus. Agora, chegava no bolo mais um ingrediente: o espiritismo.

Certamente você não vai ter dificuldade em encontrar conceitos do espiritismo em diversas religiões do mundo, até porque estes conceitos são super amplos, e abragem grande parte do que é de aceitação comum. No Brasil, você encontra sim estes conceitos, e também pode encontrar mistura de filosofias, o encontro de dogmas, e claro, leia-se mistura de doutrinas.

Conversando com meus amigos, e vendo o que era o espiritismo recém descoberto e o que se tornou nos livros de Chico Xavier, é evidente que um dos segmentos que nasceu foi um espiritismo cristianizado, pregando a passividade, aceitação de todos as desgraças da vida, ou ainda dando a cara a tapa. Esse é o espiritismo não mais visto como uma ciência, mas sim mais uma receita para mentes fracas sem uma crença concreta. Em alguns lugares do país, o espiritismo é mais uma forma de lavagem cerebral, onde as pessoas ficam bitoladas (e às vezes fanáticas) vivendo, respirando e comendo a "doutrina".

Um amigo disse algo sobre o livro "Violetas na Janela", não me lembro bem se era um livro chato, mas é o livro de cabeceira de todo esse pessoal. Muitos deles encontraram ali suas respostas, o que é válido e nem podemos tirar esse mérito. Afinal devemos louvar qualquer crença que acalme nossa mente, seja adequada e nos complete espiritualmente. Mas fico muito aborrecido com a avalanche comercial decorrente da desinformação geral sobre a ciência, que no Brasil virou mais uma forma de arrancar o pouco dinheiro que as pessoas tem, com livros inúteis e vazios, contendo chavões e palavras bossais que só interessam a pessoas vazias.

O espirtismo, é um sistema respeitável, como qualquer outra filosofia que tente explicar a vida na Terra, o futuro de todos... as questões universais. Mas que fique registrado que o país existe sempre oportunistas tendenciosos a fazer pirotecnia e vender receitas prontas de boa vida a qualquer pobre coitado. Já essa categoria vandalizada do espiritismo eu não sou muito chegado.

Por essas e outras que vou buscando uma "denominação" melhor àquele estudo feito incialmente, no berço da descoberta. Pensei comigo mesmo: "por que não chamar de Espiritologia". Afinal se trata de uma ciência, era ciência no começo, havia observação e estudo, não eram receitas prontas, era um processo contínuo de descoberta que leva ao aprimoramento pessoal. Deixo então a palavra espirtismo para representação do vandalismo e estupro comercial acerca da filosofia composta por Hippolyte, e a palavra Espiritologia para definir o trabalho sério que ele fez no início das investigações.

Imagino que etmologicamente a palavra doutrina deve ter tido seu significado alterado diversas vezes durante centenas de anos. Mas o significado de doutrina hoje está mais para "dogma inquestionável" do que para filosofia. Então não me falem em doutrina espírita, ou se sou adepto da "doutrina". O começo de tudo não era uma "doutrina", não existe um livro sagrado. Para mim as bases do estudo dos espíritos não compreendem um novo sistema de religião, ou mais um evangelho que sirva para separar as pessoas umas das outras.

O mundo é muito complexo, não existem receitas prontas para a vida, e cada um aprende e evolui individualmente conforme suas capacidades.

A Espiritologia era o nome que Hippolyte devia dar à ciência dos espíritos. Ela explica com clareza, sem parábolas e alegorias o que é o espírito, até onde ele vai, como funciona o mundo e o universo. Dá ainda uma mínima idéia do que seria Deus. Nenhuma ciência ou religião vai conseguir alcançar uma definição apropriada para Deus e seu propósito com este mundo.

Então, o que podemos no momento é decidir se vamos virar fundamentalistas pregando coisas cegamente sem pensar melhor sobre elas, ou se vamos continuar nosso estudo contínuo em busca do melhor aperfeiçoamento possível, e evitando ser fantoches sem personalidade. Nem importa muito qual for a sua escolha, pois as eras vão passar, as idéias são mutáveis, e o aperfeiçoamento da alma é inevitável, mesmo que a gente escolha o caminho dos robôs da "doutrina" espírita.

3 comentários:

Unknown disse...

eu gostaria de saber o significado: eu ganhei um anel e nele esta escrito: YO=O sendo que o primeiro O tem um risco de cima para baixo e os risco ao lado na verdade são tres sendo o do meio um pouco menor, eu gostaria de saber o siginificado para poder usar o anel. pois ganhei de uma pessoa muito especial

Luciene disse...

A fragilidade de seus comentários não me espanta, apenas traduzem a ausência de um estudo mais profundo e abrangente sobre esta, sim, DOUTRINA ESPÍRITA.
Em breve retornarei para um comentário mais elucidativo, afim de que este texto não figure como alguma verdade absoluta, sendo exclusivamente a opinião de alguém que só precisa de um pouco mais de leitura...

http://stafbrasil.blogspot.com disse...

Um texto que demonstra uma pessoa bastante presunçosa, a tal ponto de, achar-se inspirado a mudar o nome dado pelos Espíritos a Kardec, raso nos seus argumentos e sem conhecimento sobre o que diz. Violetas na janela é um livro pueril e nunca poderia ter a menção que você diz entre os espíritas. Já ouvistes falar de Chico Xavier e sua extensa obra. Amigo, com todo respeito, não se conhece uma cidade apenas estudando seu mapa. Para conhecer de forma autêntica teria que nela penetrar e caminhar por suas ruas. Assim, para falar do Espiritismo com autoridade você deveria "ter percorrido" os livros da codificação, coisa que temos a certeza você não o fez.

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